SOMOS TODOS UM?




“Mas como que eu e você somos um, se eu sou eu e estou aqui e você é você e está aí?”
“Aquele prédio obviamente não sou eu!”
“Com toda a certeza não sou aquela pessoa horrível que fez tantas coisas ruins.”

Escuto frases desse tipo muito frequentemente quando entro em assuntos como a Unificação, Consciência Universal e etc. E não são só os ditos “materialistas” que não aceitam ou não entendem essa questão,  é geral. Compreensível, pois é um conceito difícil, um tanto abstrato pra nossa mente tão acostumada com as coisas separadas.

Nossos 5 sentidos são bastante úteis para nos orientar na realidade objetiva, mas são limitados e nos pregam peças. Nos proporcionam a experiência sensorial do mundo e, por ela, concluímos que “esse é o meu corpo, aquela é a comida que tem gosto e cheiro bom, essa música me agride os ouvidos. Encosto em você e sinto sua pele, seu calor e textura, ouço sua voz. Olho o horizonte e vejo montanhas, o céu e pássaros voando. Eu estou aqui e vejo, ouço e sinto essas coisas, mas não sou elas”. Siiiimmmm...Tendo como referência os 5 sentidos isso é verdade! Mas lembre-se, eles são limitados ao mundo físico. Existem outros sentidos que nos permitem experimentar o mundo extrafísico, como a clarividência, mas estes também são limitados, pois percebemos o “eu” aqui e o “outro mundo” lá. É OUTRO mundo, entende?

Quando Jesus disse “Eu e o Pai somos Um” estava dizendo literalmente, mas racionalizamos e pensamos “Jesus é Jesus, quem sou eu pra ter essa intimidade com o Pai!”. Tem também a frase que diz que devemos procurar Deus dentro de nós, daí pensamos que Ele deve estar em algum lugar guardadinho lá dentro. Mas Ele é Ele e eu sou eu...

Essa ideia de separação está tão enraizada na nossa cultura que é difícil até imaginar o que significa Todos como sendo Um.

Algumas filosofias orientais e algumas tradições esotéricas tem como objetivo de suas práticas e estudos alcançar a Unificação, ou seja, chegar a um grau tamanho de consciência que você se percebe sendo tudo. A física, com suas partículas e ondas, também vem colaborando nesse sentido.

Se pegarmos um super microscópio e olharmos nossa pele até onde não dá mais, vamos ver o que denominaram de vácuo quântico; se colocarmos o microscópio para ver a parede, vamos chegar até o mesmo vácuo quântico; se olharmos a água, o ar, uma pedra ou o seu arque inimigo, vamos chegar invariavelmente ao mesmo lugar, que é de onde tudo “vem”. Dizem que, se existisse um microscópio que pudesse ver os pensamentos ou os espíritos, chegaríamos também ao vácuo quântico. Portanto, tudo é uma coisa só. No fundo, literalmente, tudo que existe é uma única energia, o que varia são as frequências. E nessa conta também podemos colocar o tempo – presente, passado e futuro.

Mas lembre-se, antes que a mania de separação te pegue de novo: não são vácuos quânticos diferentes pra cada coisa, é um único. É uma só energia, imensa. São suas variações que criam as individualidades. Podemos fazer uma analogia com o oceano: 

é imenso, mas é uma única água. suas variações de temperatura, pressão, desnível do terreno e etc, criam as ondas. Essas ondas, por sua vez, tem diferentes formatos, tamanhos ou força, mas são todas parte do mesmo oceano. Não conseguimos pegar e separar uma onda. A partir do momento que a separamos do restante, ela perde a individualidade voltando ao estado original de água do oceano.

Dá um certo medo pensar nisso tudo. Parece que, se somos todos um, perdemos nossa identidade. Mas esse é só mais um dos medos criados pela cultura da separação. O que perdemos com a Unificação é o ego e não a individualidade. Continuamos ondas, indo e vindo, cumprindo nosso papel, mas agora temos a consciência de que não “somos” uma onda, somos o próprio oceano em movimento.

Não dá uma sensação de grandeza, poder e liberdade? Pensar que somos tão amplos...

A meditação quando feita com seriedade, dedicação e regularidade, nos proporciona momentos em que experimentamos a dissolução do ego e a imersão no Todo. É uma delícia! Com o tempo essa consciência vai se tornando parte do dia-a-dia e então nos percebemos física, mental, emocional e espiritualmente inseparáveis de todo o resto.

É difícil de explicar, faltam palavras para descrever, é preciso experienciar. Comece a meditar e vai ver. Quem já medita sabe.

No artigo que vou deixar o link aqui embaixo, descrevo um exercício sugerido pelo Mestre Ramana Maharshi muito bom para se ter uma noção do que estamos falando. Façam e me contem o que descobriram. 

Boa Unificação a todos!

-------- Bu Pinto

ARTIGO COM O EXERCÍCIO SUGERIDO:





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Comentários

  1. Como não compartilho dessa crença em específico, talvez tenha pouco o que dizer à respeito. Já explorei o tema de ‘Unificação’ e demais questões esotéricas e exotéricas, porém, por curiosidade filosófica apenas. O que minhas leituras me dizem, é que ‘Unificação’ é o estado de ser final e ideal, em que a alma (ou espírito, para alguns), se “une” ao Todo (Universo, Deus, Centelha divina, e outras nomenclaturas). Ao longo do tempo, cada cultura e sociedade desenvolveu mantras, modos, ritos e formas específicas de atingir esse nível ou estado espiritual. Que pode ser via meditação, autoconhecimento, caridade, etc. O que todas as correntes espiritualistas concordam é que em uma única vida ou existência terrena, a “Unicidade” ou "Unificação" não pode ser alcançada; sendo necessário reencarnar muitas vezes para atingi-la. um dos autores que mais gostei foi Neale Donald Walsch e o livro “Portadores da Luz”, onde ele diz: “Tudo o que você está sendo, você está sendo porque escolheu ser.” (p.35) Tbm li “Coletânea Espiritualidade” – tomos I e II do prof.º Hélio Couto, onde ele dedica um capítulo específico sobre o tema na página 324, o capítulo X, chamado “A unificação”. Tbm os autores Brian Weiss, do qual li o best-seller “Muitas vidas, muitos mestres”. E por fim, o livro “Conversando com Deus” vol. 3, tbm do autor Donald Walsch. Sobre reencarnação, cito o trecho de Hélio Couto: “(...) no astral existe um parâmetro, um referencial. Com vista no referencial a pessoa entende o tamanho do que cometeu e, para fugir das consequências diz “Eu já pedi perdão! Já reconheci o erro. Já me arrependi.” [Mas] se olhar para dentro de si verá que não passa de uma fuga; medo. Haverá então uma reencarnação. Mais cedo ou mais tarde terá de pôr à prova se realmente, está arrependido. E qual é esse referencial de qual falei no início? Simples! É a vontade do Todo. (Coletânea Espiritualidade - Tomo I. pp. 328,329)

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    1. Como sempre, um estudioso! Mesmo não fazendo parte de sua crença você não deixou de investigar o tema. Atitude louvável. Parabéns!

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