CAMINHO SOLITÁRIA EM BUSCA DE MIM MESMA - PARTE II
A vida tem formas
lindas e, ao mesmo tempo, estranhas de nos mostrar o caminho e a
verdade. Verdade e caminho que, muitas vezes, não queremos ver, mas
que não deixamos de dar uma espiadinha vez ou outra.
Quando criança e
adolescente sabemos exatamente o que queremos, somos felizes, livres
e seguimos nossos sonhos – apesar de achar que não. Com os
compromissos da vida adulta, a chegada dos filhos, as prioridades vão
mudando. Deixamos de pensar na nossa felicidade para fazer o outro
feliz, ou para nos encaixar na sociedade, para sermos aceitos. Com
isso aquela espontaneidade, aquela liberdade e os sonhos vão ficando
pra trás, um por um.
A vida passa a ser uma
sucessão de dias com obrigações e afazeres. Claro que não nos
deixamos totalmente de lado. De vez em quando, entre um boleto e
outro, uma fralda e outra, damos uma olhadinha naquilo que nos faz
feliz, que deixa o coração quentinho e alegre.
Não estou dizendo que
a vida adulta comum seja ruim e infeliz, digo que, por adotarmos
normas e padrões de conduta ditados pela sociedade, vamos deixando
de lado aquilo em que realmente acreditamos. Aos poucos vamos
deixando de únicos e nos tornamos só mais um, iguais, e tudo
bem...a vida é assim – dizem alguns.
Mas...como eu já
disse, A VIDA TEM MANEIRAS LINDAS E ESTRANHAS DE NOS MOSTRAR O CAMINHO E A VERDADE.
Quando você acha que
está estável, que tudo está se ajeitando e que você está até
feliz da como como está, vem a vida e te dá uma chacoalhada, e te
faz lembrar daquilo que você era e que estava se apagando. Te faz
lembrar que está vivo e que ainda existem horizontes a serem
conquistados. E você se alegra com isso. Mas, ao mesmo tempo, se
entristece, pois a estabilidade e a aparente felicidade conquistada
a duras penas foi abalada e você vai sendo forçado a tomar uma
atitude: ou muda o caminho e assume os riscos ou volta a enterrar
aquele vislumbre de potencial adormecido, e engole mais uma vez a
própria alegria em prol do “bem comum”.
Ainda não descobri o
que fazer quando isso acontece, mas tento seguir meu coração. Ele
nem sempre me leva onde eu gostaria de ir, pois ele ainda tem medo do
incerto como eu.
Mas nisso está gravado
um segredo do Universo: nada é estático, nada é igual para sempre.
Existe um ritmo em tudo e não estamos livres dele. Saiba que no
caso de não mudar o caminho e continuar a viver como antes, tudo
isso acontecerá de novo, e de novo, e de novo...e talvez não venha
de formas agradáveis.
Outro segredo que é
revelado aqui diz que quando vamos contra o fluxo natural das coisas
ou contra nossa natureza, a vida sempre dá um jeito de nos mostrar o
caminho, se não pelo Amor, é pela dor.
Por isso costumo seguir meu
coração, ele é a parte de mim que está mais próxima do Amor e
por isso é um bom guia. E quando estamos no caminho certo tudo no
Universo conspira a nosso favor!
------------- Bruna Pinto
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Acho que de certo modo a vida é misteriosa e conflituosa para todos. Nosso dia a dia e nossa existência é tal carregada de sonhos, desejos, tentações, aflições, etc. que nos faz “bem” imprimir dentro de nós o anseio de sermos ou estarmos dirigidos para algo maior. Um objetivo oculto e sublime que dê significado às lutas cotidianas. Imagino que é daí que surge a ideia de “alterdireção” ou “autorevelação” espiritual: um sentimento de ser dirigido pelo coração; pela intuição ou por alguma força interior mais elevada ou pura em contato direto e inconsciente com o caminho da felicidade ou da verdade, etc. E como todos estamos interessados tanto na verdade quanto na felicidade... a proposta de deixar- se guiar pelo coração, isto é, pelos sentimentos é de fato atraente. Tal crença, é um eco dos ensinos de Madame Blavatsck, Alice Baley, Annie Besant, Alaister Crowley e outros ocultistas que propagandearam estas ideias pelo ocidente. No entanto, penso que emoções, sentimentos e ‘pensamento intuitivo’ são coisas muito tênues e instáveis para guiar alguém a algum lugar. Nós seres humanos, fomos dotados de capacidade racional e como tal, compreendemos a vida a partir de uma concepção racional da realidade. Submeter-nos ao que “sentimos” é uma forma romântica de viver, mas, não segura. Pois a ideia de voz interior, pensamento intuitivo, voz do coração ou da alma, etc. consiste em acreditar que tudo o que sabemos, somos, vemos e compreendemos, num único momento “mágico”, se revele numa nova interpretação da vida ou percepção mais clara e lúcida da realidade. Afinal, como ensinam os transcendentalistas, a alma humana está conectada com a mente da substância universal, de modo que nossa vida tem uma ligação direta com o manancial infinito da abundância e bondade de modo que possuímos o poder de usá-lo em nosso benefício e em nossas interações sociais. Mas talvez a voz interior seja apenas uma forma de negar o valor real da vida, que está na família, na vida justa e correta; na rejeição da corrupção moral e mental; do afastamento do ódio, da ganancia, etc. Talvez certos movimentos espiritualistas seja apenas uma religião da autoajuda espiritual. Talvez seja querer elevar o indivíduo humano ao status de deuses e deusas; torná- los Absolutos como Deus. Fazerem se sentir capazes de encontrar a verdade e a felicidade por si mesmos e por seus próprios sentimentos. Mas penso que isto é vaidade e orgulho! Um exagero do papel, condição e limitação do ser humano. Uma forma disfarçada de divinizar o Homem e humanizar Deus.
ResponderExcluirMesmo assim, essa postagem merece nossa atenção e reflexão!
Adoro comentários, nos me pensar por se opor ao que falei. Mas quando falo coração quero dizer o centro de sabedoria interior, esse que você disse estar conectado com alma e esta com todo o resto. Sentimentos, emoções e a razão, a meu ver, está condicionada a agir de modo que nem sempre condizem com a realidade, mas sim com nossos medos, vontades ou padrões sociais. Prefiro me guiar por algo que está além desses padrões, além dos pensamentos, sentimentos e da mente. Grande abraço!
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