A LENDA DE HIRAM ABBIF - desvendando a Anatomia de Deus - parte V
A lenda de Hiram
Abbif nos mostra que a Verdade da Iniciação Interna deve ser guardada e
defendida, as vezes com a própria vida, para que ninguém a use indevidamente.
Devemos lembrar aqui que o homem comum não gosta da Verdade, gosta do Poder que
vem com ela, e mesmo esta sendo revelada não é compreendida ou aceita. Foi ela
que envenenou Sócrates, levou Cristo ao Calvário e tantos outros para a
fogueira da Inquisição.
Essa lenda faz parte
de um ritual do terceiro grau da Maçonaria e revela uma Verdade Oculta “que
deve ser amada, compreendida, e trilhada, sobretudo”. Todos os homens de boa
vontade podem descobrir e descerrar o seu véu, chegando à compreensão por meio
do estudo, da aspiração, da respiração e da meditação.
Vou transcrever a
história acrescentando comentários que estarão entre parênteses:
Salomão pretendia construir um Templo para honrar seu Pai Criador.
(Relembrando que o
Templo de Salomão significa o corpo dominado, como vimos anteriormente)
Salomão recorreu a Hiram, Rei de Tiro (que representa a consciência
elevada) e este envia Hiram Abbif, um
mestre de obra habilidoso (este representa o super consciente, o sol
espiritual do homem, o átomo divino que está inserido em cada ser humano). Ele é designado chefe supremo dos obreiros (átomos,
células, pensamentos, emoções, etc). Estes
obreiros tinham diferentes graus de capacidade e talentos individuais, sendo
necessário dividi-los segundo suas aptidões para melhor aproveitar o talento de
cada um. Hiram Abbif os dividiu em três categorias: aprendizes, companheiros e
mestres. Cada classe tem seu salário e recebe de acordo com o serviço
realizado.
(“Todo aquele que trilha o caminho da Auto-realização Intima
recebe os dons do Espírito Santo; recebe seu salário que vem a ser o galardão
por empreender o trabalho real dirigido e executado com sabedoria, ordem e
exatidão, segundo as instruções recebidas das consciências da realidade ou
super consciência”).
Assim foi que a obra
avançou em progresso e elevação, rapidamente. Apesar do número de obreiros
trabalhando, não se ouvia qualquer ruído de metal. (o silêncio e a quietude
internos estão na origem de toda obra espiritual) Foram necessários sete anos para edificar o Templo de Deus (Sabe-se
que a cada sete anos o corpo físico se renova totalmente). Durante essa fase, tampouco houve chuva, reinando a paz e a
prosperidade (ou seja, nenhuma ideia, palavra ou obra negativa pôde impedir
o desenvolvimento interior)
“Esse corpo-templo,
que é a maravilha das Idades, foi construído pelo Poder, pelo Saber e pela
Beleza. Sem dúvida alguma, no interior do homem existem certos defeitos e
vícios que o levam a cometer barbaridades. Esses defeitos são: a Ignorância, o
Medo e a Ambição desmedida”
Havia entre os obreiros, três companheiros que queriam se tornar Mestres.
Urdiram um crime e, pela força, subjugaram Hiram, forçando o merecimento.
Ao meio-dia, a hora mais propícia, Hiram Abbif costumava visitar e
revisar os trabalhos, elevando suas preces enquanto os demais descansavam.
Os
três se dirigiram para as três portas do Templo que naquele momento já estava
deserto. Todos os obreiros haviam saído quando Hiram terminou suas preces e
quis atravessar a Porta do Sul. O companheiro ali postado ameaçou-o com uma régua
de 24 polegadas, pedindo a Palavra e o Sinal do Mestre. Todavia o Mestre
respondeu: “Trabalha e serás recompensado”. Vendo a inutilidade de seus
esforços, o companheiro ignorante golpeou-lhe fortemente com a régua. (essa
régua de 24 polegadas representa o dia com suas 24 horas, pois a ignorância
sempre tenta criar obstáculos para a obra divina interna). Então o Mestre foi até a Porta do Ocidente. O segundo companheiro
exige-lhe a Palavra e o Toque de Mestre, tendo recebido a mesma resposta, “trabalha
e obterás”. Este acertou-lhe um forte golpe no peito, com o esquadro de ferro (o esquadro é o símbolo do homem
inferior e golpeado o coração, mata a tolerância e o amor). Meio atordoado dirige-se para a Porta do
Oriente, onde o esperava o terceiro e pior dos três. Este ouviu a negativa do
Mestre. Em conseqüência deu-lhe um golpe mortal sobre a fronte com o malhete
que havia levado consigo (o malhete na cabeça significa a vontade mal
dirigida e mal dominada, matando a consciência).
“O desejo de
progredir se transformou, por meio do intelecto, em ambição egoísta. O amor
desenfreado converteu-se em fanatismo estúpido. Por sua ambição e ignorância
perdeu a fé e tornou-se destemido. Esses três grandes vícios mataram o homem na
Porta Oriental, sua personalidade na Ocidental e, na Porta Sul, o intelecto”.
Ao se encontrarem novamente os três comprovaram que não possuíam os
sinais e palavras. Horrorizados com o crime inútil, não tiveram outro remédio a
não ser ocultá-lo e fazerem desaparecer seus vestígios.
No dia seguinte, sentindo falta de Hiram nas construções do Templo,
outros companheiros que sabiam da conspiração e do crime ocorrido, decidiram
revelar aos Mestres o que lhes fora proposto. Conduzidos à presença de Salomão,
este solicitou que três Mestres mais nove companheiros (são as 12
faculdades do Espírito) fizesse grupos de
três pessoas para esquadrinhar os territórios em busca do Grande Mestre
Arquiteto Hiram Abbif, além dos três companheiros assassinos, bem como o
segredo da Palavra Perdida, a qual nem mesmo Salomão o conhecia.
A busca durou três dias (período necessário para a ressurreição). Na manhã do quarto dia foram ouvidas vozes
humanas em uma caverna. Eram os três companheiros assassinos. Eles viram fazer
o Sinal do Castigo. Os delinqüentes fugiram por outra saída que tinha na
caverna e ninguém conseguiu encontrar seus rastros.
Regressando a Jerusalém, na noite do sexto dia, já perto da cidade,
acharam algo suspeito enterrado sob um montículo de terra ao pé de uma Acácia.
Porém, como estava de noite, não se atreveram a continuar a busca. No dia
seguinte relataram o seu descobrimento a Salomão que, em seguida, encarregou
nove Mestres para verificar se tratava realmente do Grande Mestre Hiram. Sua
identidade foi confirmada. (Os três Mestres que eliminaram os três vícios são:
a fé, a esperança e a caridade. Os outros nove encontram a luz interior
sepultada)
Lendas e contos são escolhidos para transmitir
uma verdade às próximas gerações. Seu significado é múltiplo, mas o importante
é o significado interno e pessoal.
Hiram Abbif é o
construtor do corpo-templo. É o homem-Deus que é frequentemente ameaçado pela
ignorância, o fanatismo e a ambição.
“Nossas baixas
paixões estão sempre na expectativa e matam dentro de nós a voz da consciência,
a voz do Íntimo, nosso único bem. Verifica-se em nós a simbólica morte de
Hiram, ou seja, o adormecimento de Deus, cujo elevado ideal dirige nossa vida
para um fim superior”.
Essa lenda é um
drama cósmico. Todos aqueles que querem chegar à Luz devem eliminar seus vícios
e construir seu Templo Eterno.
Na próxima etapa
desse nosso estudo veremos sobre as glândulas do nosso corpo e o que elas fazem
a ligação entre os corpos material e espiritual.
----------- Bruna
Pinto
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