A TRAVE NO OLHO DO OUTRO

A fofoca domina o mundo, já dizia o grande Gaiarsa. 
Medimos nossas ações de acordo com a opinião alheia; “o que o vizinho vai pensar?” ou “minha família nunca aprovaria”. Ao mesmo tempo regulamos a vida do outro baseados naquilo que achamos ser o certo. Devemos ter muito cuidado ao criticar as pessoas pois, geralmente, essa crítica está baseada em opiniões pessoal e não deve ser colocada como regra geral. É saudável lembrar que não somos infalíveis e que com a mesma medida que julgamos seremos julgados.
Freud nos esclarece que somos como projetores de vídeo, o que enxergamos no outro é aquilo que temos dentro de nós. Quando falamos de alguém, bem ou mal, damos ênfase naquilo que nos toca e aquilo que nos toca diz muito sobre nossos valores e nossos medos."Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo".
Li um texto certa vez que exemplifica bem esse conceito. Era mais ou menos assim: A mãe e a criança estão na praia. A criança quer brincar na areia, a mãe diz que ela vai se sujar. A criança, então decide entrar na água, a mãe diz que é muito perigoso. A criança vê o sorveteiro e pede um sorvete, a mãe diz que não pois é gelado. A criança senta em sua cadeira chateada, a mãe vira para uma pessoa que está próxima e diz: “Você já viu criança mais neurótica?”
Essa história, apesar de fictícia, acontece bastante. Muitas vezes criticamos alguém sem perceber que estamos falando de nós mesmos, ou que também agimos da mesma forma. De novo o tal do ego, sempre nos colocando como guardiões da verdade.
Apesar das semelhanças, somos todos diferentes. É isso que cria essa diversidade maravilhosa que temos nesse mundo. Temos o direito de ser da forma como achamos melhor (contando que não ultrapasse os limites do outro). Mas para gozar desse direito temos que entender que o outro também o tem e que, portanto, temos que respeitá-lo. A partir do momento que conseguimos nos enxergar como somos, sem as máscaras do ego, e nos aceitamos, fica muito fácil aceitar o outro como ele é.

Lembre-se que, quando apontar um dedo julgando alguém, os outros 3 dedos estão apontados para você




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