ALTRUÍSMO - CURA PARA AS MAZELAS DO MUNDO?

Altruísmo significa fazer algo em favor do outro sem pensar em si mesmo. 

Será que isso existe?

Há muito tempo supõe-se que a natureza humana é egoísta, ou seja, todos seus atos são para benefício próprio, que esse conflito constante é natural e que esse estado bélico faz parte da nossa essência. Eu, particularmente, nunca gostei muito dessa ideia. Vejo muita bondade espontânea por aí, principalmente em situações extremas como guerras ou tragédias. No entanto, dizem que se raspar a superfície de um altruísta aparecerá um egoísta. Isso em parte é verdade, pois não somos desinteressados o tempo todo e em muitos casos um ato aparentemente altruísta tem, por trás, algum benefício pessoal. Por isso não podemos julgar as ações com base na sua aparência, é preciso saber qual a sua motivação. 

Pensando assim, será que existe realmente o altruísmo?

Segundo estudos e experimentos recentes (e que resultaram em um documentário “The Altruism Revolution” / “A Revolução do Altruísmo” – disponível no Netflix), a colaboração desprovida de interesse próprio existe e é bem mais comum do que imaginamos. E, além disso, concluíram que esse comportamento é o nosso natural, assim como em muitas outras espécies. Somos fundamentalmente altruístas e não egoístas, como muitos pensavam. Tanto é verdade que quando precisamos de ajuda, por exemplo, uma informação, esperamos que a pessoa a quem pedimos nos ajude, caso contrário ficamos surpresos.

A impressão de que o mundo está à beira de um colapso de violência e descaso é culpa da mídia que só noticia os casos sensacionalistas. Isso causa medo, insegurança e reforça o comportamento egoísta como forma de defesa. 

Mas pense bem: agir de forma egoísta para se defender das ações egoístas dos outros é como correr atrás do próprio rabo, nunca terá fim.

Quando somos egoístas todos se tornam ameaças e isso nos deixa com um sentimento de vulnerabilidade, por isso nos fechamos em nós mesmos. Além de limitador, esse é um comportamento antinatural, pois no Universo tudo está conectado, nada nem ninguém é uma entidade autônoma. Somos interdependentes. Portanto, estar em ressonância com o bem estar do outro é estar em harmonia com a realidade.

Nossa mente pode ser nosso maior amigo ou nosso pior inimigo. Criamos muitos problemas e sofrimento quando agimos baseados no medo e na insegurança. A maior parte dos problemas mundiais, tanto econômicos, sociais ou ambientais, tem em sua base atos egoístas. As reais soluções, por outro lado, sempre partem de atos altruístas, seja a curto, médio ou longo prazo.

Segundo Matthieu Ricard, estudioso desse assunto, se agirmos pelo bem do outro teremos uma economia que trabalha para a sociedade e não o contrário. Para ele, é preciso agir com responsabilidade pois todas nossas escolhas afetam inúmeras outras pessoas e seres, além do meio ambiente.

Minha conclusão, após essas considerações, é que falta no mundo mais consideração pelos outros. E, se temos esse impulso natural dentro de nós, podemos desenvolvê-lo e ajudar às pessoas a encontrá-lo também, formando, assim, uma verdadeira rede de amor e compaixão. 

Bora lá? Podemos começar com a meditação, o que acha?

-------------- Bruna Pinto

O AMOR PROPÕE, A DOR EXIGE

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FLUXO DA VIDA

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