EXISTE UMA LINHA DIVISÓRIA ENTRE O BEM E O MAL?

O que é o bem e o mal? Existe divisa entre eles? Até onde o bem pode ir para combater o mal?


Todas as religiões e muitas filosofias debatem essas questões desde épocas remotas. O bem sempre está relacionado a Deus, à paz, e à beleza; já o mal é tudo o que for o contrário disso. A luta pelo bem levou o mundo a guerras horríveis. Fico pensando: o bem pode usar da maldade para manter seu domínio sem se transformar naquilo que combate?
Para mim, o grande erro é tratar “bem” e “mal” como conceitos absolutos quando, na verdade, são relativos. O que faz bem para mim, pode não ser para você. O que é lícito para uma religião ou sociedade pode não ser para outra. E, além disso...se Deus é tudo, como o mal pode ser aquilo que é contra Ele? E, se Deus é o bem, e Ele é tudo o que existe, consequentemente o mal não existiria. Contraditório, não? Mas, se ambos existem, Deus é o bem e o mal. Um não existe sem o outro. Um é referencial para o outro. Assim como o claro e o escuro, o quente e o frio, o yin e o yang.

Dessa forma podemos pensar que o bem e o mal coexistem e se complementam, formando um todo harmônico. Quando um “aumenta” o outro “diminui”. Se a maldade está demais quer dizer que a bondade está pouca. Não dá para aumentar a parcela do bem, que é tranquilidade e beleza, usando artifícios como a guerra, pois esta é causadora de sofrimento e moléstias de toda sorte. Se queremos um mundo mais pacífico precisamos aumentar a paz e não eliminar quem é contra ela.

Nosso mundo é dual e, enquanto essa dualidade existir, o mal existirá, e o bem também. E eles sempre estarão em conflito. Não existe bem que seja bom para todos e nem mal que seja ruim para todos. Essa linha divisória não existe. Não dá para marcar que desse lado é do bem e do outro lado é do mal. Tudo depende o referencial. É bom e mau em relação a quê? A quem? A que época?

Para eliminar esse conflito só eliminando a dualidade, só alcançando a unificação. Quando entendemos que tudo é uma coisa só, esses conflitos deixam de ter significado pessoal e passam a ser fatos. Nem bons, nem maus. Só fatos. Ocorrências de uma certa época, por certos motivos e certas pessoas. Tudo parte de uma dinâmica de equilíbrio.

Os fins não justificam os meios. A vida, a felicidade, a paz e o bem não são um destino. São O caminho.

------------- Bruna Pinto

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