AVISEM NEWTON, ACHAMOS O GRANDE RELOJOEIRO!
Estava relendo alguns textos meus e me deparei com uma tese de mestrado que eu iria defender mas que, no final, não saiu do papel. Achei muito interessante pois veio reforçar meu pensamento atual. Diz respeito à ligação que a nova ciência vem fazendo com a espiritualidade. Vou colocar um trechinho para vocês. A escrita é um tanto formal, mas nada que dificulte a leitura:
Com as descobertas dos últimos anos, os aparatos tecnológicos e a crescente corrente de informação global, surgiram muitos questionamentos acerca da validade do paradigma. Existem muitos dados de pesquisas recentes que o paradigma atual não consegue explicar. A crise fez-se instalar uma quantidade considerável de novas versões paradigmáticas. De todas as teorias que iremos analisar pode-se extrair uma ideia em comum: a matéria não é soberana, existe algo além. A energia é informação. E um caminho comum entre a ciência e, o que chamamos de espiritualidade, é aparente.
Com as descobertas dos últimos anos, os aparatos tecnológicos e a crescente corrente de informação global, surgiram muitos questionamentos acerca da validade do paradigma. Existem muitos dados de pesquisas recentes que o paradigma atual não consegue explicar. A crise fez-se instalar uma quantidade considerável de novas versões paradigmáticas. De todas as teorias que iremos analisar pode-se extrair uma ideia em comum: a matéria não é soberana, existe algo além. A energia é informação. E um caminho comum entre a ciência e, o que chamamos de espiritualidade, é aparente.
Em
um número cada vez maior de disciplinas o mundo está se tornando
progressivamente mais fabuloso. Ele é suprido com matéria escura,
energia escura e espaços multidimensionais na cosmologia, com
partículas que se encontram instantaneamente conectadas ao longo de
todo o espaço-tempo em níveis mais profundos da realidade na física
quântica, com matéria viva que exibe a coerência dos quanta na
biologia, e com conexões transpessoais independentes do espaço e do
tempo nas pesquisas sobre a consciência.
LASZLO, A ciência e o campo
Akáshico,
2008. p.26)
A
questão da consciência tornou-se uma das maiores fontes de
discussões entre cientistas e filósofos. Seu
estudo esteve relegado a um segundo plano há muitos séculos
justamente por ser uma questão difícil,
mas,
agora,
finalmente, temos as condições de entender o que ela é e também a
sua relação com o universo.
Quando
Marcelo Gleiser (2014) coloca o problema da consciência como sendo
tão complexo que nem mesmo tem uma formulação consciente, cita o
filósofo David Chalmers, que colocou um nome para essa questão: “o
difícil problema da consciência”. Chalmers (GLEISER,2014)
acredita que a consciência é criada pelo cérebro mas que não pode
ser explicada de forma objetiva. Para ele esse problema seria
inacessível aos métodos usuais das ciências neurocognitivas. Amit
Goswami(1998),
físico, coloca que se pensarmos na consciência como um epifenômeno
do cérebro, este, com certeza, será um problema difícil. Ele diz
que a dificuldade se instala quando pensamos na consciência como um
objeto, sendo que ela também é um sujeito e que justamente esse
aspecto “sujeito” apresenta uma falha no modelo neurofisiológico
usual. Expõe a existência de uma
consciência original universal e que esta seria a base de tudo o que
existe, como blocos de armar. Explica que “o
self da
auto-referência
e a consciência da consciência original, juntos, constituem o que
denominamos de autoconsciência” (GOSWAMI, 1998. p.225). Para
ele não há no universo outra fonte de consciência a não ser a do
Ser que está além da divisão sujeito-objeto.
Francisco Di Biase (2006), neurocirurgião,
explica que existe uma rede quantico-holográfica universal que pode
ser entendida como uma mente, ou seja, um universo inteligente.
Matéria, vida e consciência não estão separadas, mas formam uma
“unidade holística indivisível” (DI BIASE, 2006. p.7). Nós
seríamos o próprio universo em evolução.
Ervin Laszlo
(2008), filósofo,
propõe
que tudo o que existe foi formado de um campo virtual de energia
chamado vazio quântico, ou
campo zero,
e que sua natureza é essencialmente mental. Esse campo, apesar de
estar presente em toda a parte, não é uniforme, são suas variações
que nos permitem ter a percepção do mundo. Em outras palavras, a
consciência universal se desdobra em consciências individuais.
Podemos citar
ainda Richard Amoroso (2004), psicólogo, que diz precisarmos de uma
perspectiva noética para
tentar entender a consciência, afirmando ser a realidade mais
complicada do que aceitamos. Segundo ele, a consciência tem dois
aspectos que se complementam: a inteligência elementar, que seria a
consciência individual; e um princípio cosmológico universal. Mas,
para compreendê-la, é necessário uma interpretação ontológica
da Teoria Quântica que vá além do padrão, precisando, para isso,
incluir a não-localidade.
Poderiam
ser citadas uma infinidade de teorias, mas seria desviado o objetivo
dessa pesquisa. Também não cabe aqui analisar dados técnicos, mas
discutir a ideia que surge a partir dessas análises.
Como
observado, está surgindo uma nova visão de mundo, uma visão
integral, holística. Um novo olhar para nós mesmos. Uma religação
com a natureza e com o universo, sentimento que a ciência moderna
tinha nos tirado.
É engraçado
pensar que as antigas filosofias orientais já diziam exatamente o
que está sendo descoberto hoje com a ciência. Pode-se comparar essa
consciência universal com o Tao
do
Taoísmo ou com o Deus Brahma
do hinduísmo. A diferença está na forma com que a informação é
passada. As religiões adotam uma narrativa metafórica para explicar
os fenômenos enquanto a descrição científica é apresentada de
forma sistemática.
Talvez seja
muito difícil aceitar esses fatos, pois seria aceitar a ideia de
Deus. Mas
quando
existe espaço para novas teorias e aceitamos olhar o mundo com
outros olhos, aquilo que era nebuloso torna-se mais nítido, aquilo
que se evitava discutir é colocado em pauta com mais naturalidade e
a questão difícil, consequentemente, torna-se mais fácil. E é a
partir dessas discussões que se descortina um novo mundo e uma nova
forma de fazer ciência.
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Portanto a visão de que todos somos um é cientificamente comprovada! Grande abraço.
------- Bruna Pinto
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